quarta-feira, 15 de julho de 2009

THE HIGH END OF LOW - Marilyn Manson


A espera angustiante pelo novo álbum do Manson. Há quanto tempo você vem acompanhando isso? E por quantas vezes? Pra certas coisas, a imparcialidade deve imperar e eis aqui meu maior ponto fraco. Grande evento, comemoração. Coloca pra tocar. Vai, vai, anda logo.
Poucos ruídos... riffs repetidos de uma guitarra apodrecida... "Não consigo dormir até devorar você!" Tudo está claro!
Desde o melhor álbum de todos os tempos, MECHANICAL ANIMALS, Manson dedica suas obras às suas amantes do momento. Dentre tantas outras coisas. Rose McGowan, Dita Von Teese, Evan Rachel Green. Só que, neste caso, ele está sozinho. Foi abandonado pela sua Alice de 21 anos. Então a "dedicação" vem de outras formas. De formas mais mansonianas, diria. E mais um porém: a outra metade está de volta. A cerne, o âmago, a parte boa e tenra da carne. TWIGGY RAMIREZ, meu senhor. E com ele as cordas e ritmos débeis e todo tipo de coisa estranha que permeia a cabeça doente deste sujeito. Diga-me, algo poderia ser melhor que isso?
"Quero te foder como num filme estrangeiro", posterior àquele barulho cinefilicamente maravilhoso da película rodando num projetor. E ele grita. Ah, como grita. E geme, e profana, e deturpa. Mas de uma forma que só ele faz e de uma forma que só quem esteve diante de uma de suas pinturas entende. É aquela ligação psico-transcedental artista-fã, algo que todos aquém - e aqui me refiro a toda corja pútrefa de críticos fonográficos dos quais você sempre me fala - nunca entenderão.
Não existe a música The High End Of Low. Toda obra de Manson (excetuando PORTRAIT OF AN AMERICAN FAMILY e o EP subsequente) traz uma música homônima ao álbum, que sintetiza - transmogrifa - tudo que ali está, tudo que temos em 16, 14, 19 ou 13 faixas, em 5 minutos. Penso porque não desta vez.
"Eu tenho que olhar para cima só para ver o inferno" e então alcançaremos "O alto fim do baixo". E aqui existe todo tipo de interpretação não tão subliminar mas ao mesmo tempo transgressora de caminhos infinitos.
Sinto-me em casa. Num bordel baixo nível alemão, no festejo que Van Gogh realizou ao cortar a orelha, num concerto de Stravinski morto-vivo, no banquete que Dogget ofereceu ao terminar Alice Através do Espelho. Sinto-me sentado confortavelmente numa poltrona de veludo vermelho assistindo ao Armagedom acontecer. E o ritmo é tão bom. O grito áspero nos ouvidos me faz cruzar as pernas num íntimo de prazer e dor pragmática.
"Vou quebrar meus próprios braços, afiar meus ossos e golpear-lhe por cada vez que pensei em você". Ah, como ele entende... E quer saber o grito silencioso que permeia minha cabeça? TWIGGY'S BACK, BITCHES!

Makson Lima.

2 comentários:

  1. Eh meu querido Ju... tudo que posso dizer eh SUBLIME.. Deveras(hehehe) para complementar... E TWIGGY's BACK!

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  2. Nossa, eu fiquei surpresa pelo Novo Album, porque realmente, desde Mechanical Animals ele não havia feito algo tão bom. E é claro que agora com Twiggy de volta a coisa fica MUITO MELHOR.

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